Gilad Shalit: 25 anos de vida
Informe da Wizo-Rio - Hoje, a Wizo-Rio, seu executivo e todas as suas ativistas, fazem coro ao povo judeu, em Israel e no mundo inteiro, em solidariedade a família Shalit. Não só seus pais, Noam e Aviva, e seus irmãos gostariam de comemorar. Celebrar com festa e canto o 25º aniversário de seu filho, e de seu irmão Gilad; nós, que no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro, trabalhamos pelo bem estar comunitário, pelo estreitamento de laços que une povos e nações, pelo status do gênero feminino, gostaríamos de acima de tudo e, principalmente hoje, estarmos como há 85 anos temos estado, defendendo e lutando pela vida e por isso, celebrando a vida. Gostaríamos como todas as mães, irmãs, tias, sobrinhas e primas, quem sabe? Vizinhos? Cantar e dançar como cabe a todos e a cada jovem em especial que celebra seu 25º ano de vida. Gostaríamos de assisti-lo terminar seus estudos, formar sua própria família, ingressar no mundo e no trabalho, e, acima de tudo, ter a felicidade de ver alguém feliz. Gostaríamos de vê-lo crescer, transformar-se em um adulto livre, liberto em suas opiniões, lutando e mantendo-se firme em suas convicções. E assim, ter a honra e a grandeza de assistir mais uma vez, a sonhos sendo realizados.Dos tantos e milhares de sonhos, que cada mãe e cada pai sonha para seus filhos, dos tantos e milhares de sonhos, que como chaverot ajudamos com nossa força voluntária, tornarem-se reais. Nesta semana, grandiosa na comunidade judaica do Estado, que com ventura assiste ao Coral da Paz, formado por jovens, ou participa de programações festivas nos colégios ou em finais de semana prolongados programados para jovens judeus, gostaríamos com humildade, que um pequeno minuto dentre todos estes minutos destes eventos, fosse dedicado em pensamento a Gilad Shalit, no dia de seu aniversário. Em mais um dia, em que sua juventude foi interrompida, em mais de quase seis anos em que se encontra longe dos seus, preso em cativeiro, já nem mais sabemos ou temos certeza? Vivo ou morto! Hoje e aqui, tal como um dia, se não nós? Quem? E se não agora? Quando? Nesta pequena homenagem, neste simples desejo, estaremos juntos, como sempre, nas alegrias e nas tristezas, dizendo a nosso soldado símbolo, o que ele gostaria de ouvir, o que todos gostaríamos de ouvir ao lhe dizer: Feliz aniversário, Gilad. Pode ser que Gilad, não nos ouça. Pode até ser, que não tenhamos mais outra chance como esta de lhe dizer. Mas e é com esta certeza, alguém haverá de nos escutar. E é com esta mesma certeza, que continuando a lhe lembrar, da forma que entendermos a melhor, estaremos, como sempre, permitindo-lhe e permitindo a cada homem da face da terra: Clamar pela liberdade! E deste modo, realizar seus sonhos, o sonho de cada um de nós, o seu direito à vida! Em homenagem a esta data, transcrevemos a todos a carta de Noam Shalit, lida esta semana, e dedicada a seu filho. Em nome de sua família, e em meio a sua dor, Noam, não desistiu. E assim como ele, nós também não desistiremos!
“Nosso querido Gilad,
Com o sol ardente a bater em nossas cabeças, na calçada junto à casa de primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, estamos tentando digerir o fato de que 1.890 dias se passaram e você ainda não está conosco. Estamos aqui nesta calçada por mais de um ano, tentando, com todo o nosso poder e utilizando todos os meios à nossa disposição para quebrar o muro de impermeabilidade que se ergueu entre nós e aqueles que ainda têm de ser convencidos depois de tantos dias, meses, anos e erros, que é hora de trazê-lo para casa. Que estamos aqui. Nós não desistimos, não nos rendemos, e não nos destroçarão! E não estamos sozinhos. Nosso querido Gilad, muitas , mas muitas pessoas que são estranhas a você, pessoas a que você nunca conheceu, pensam como nós, que é inconcebível falar de solidariedade social, da fortaleza nacional e de ter fé no Estado, e deixar-lhe abandonando a seu destino . Dia após dia, solitário e abandonado em masmorras do Hamas, há mais de meia década. Mais um dia de pesadelo. No verão passado dezenas de milhares marcharam para você, com a crença de que iria ficar definido finalmente o seu retorno. Este verão, dezenas de milhares marcharam nas ruas em protesto pedindo justiça social, o direito do público para viver e ganhar a vida com dignidade, e não só nós mas muitos estão conosco, adicionando ao que demandam para o seu direito de viver, também o seu tão básico direito humano de e à liberdade.
Nosso amado Gilad, sabemos que cada dia que passa é mais um dia de pesadelo, um dia de sofrimento impossível, dias e noites de solidão sufocante infinitas. Mas você deve acreditar que nós não esquecemos de você, nós não esquecemos o fato de que hoje (dia 28 de agosto), será o dia dos seus 25 anos, que este é o seu sexto aniversário em cativeiro, e que mais de um quinto de sua jovem vida foi gasto em um calabouço, um buraco cavado pelo Hamas. Sabemos que você não tem idéia de por que? Este pesadelo ainda não chegou a seu fim, e porque ainda devem os nossos esforços prosseguir para que venham a dar frutos. Esta foi a maneira que encontramos para sustentar as nossas vidas, que tornaram-se irreconhecíveis. Yoel seu irmão já graduou-se pelo Technion, e Hadas sua irmã mais nova está prestes a terminar o seu serviço militar. Era para estarmos felizes com isso, entretanto estamos com nossos corações sangrando diante da realidade de que você, está impedido de viver estes momentos de alegria. Com cada momento que passa, tentamos buscar uma resposta, conselhos sobre o que mais podemos fazer? O que resta para ser julgado? Como podemos convencer as pessoas que você não é apenas um cartaz, uma imagem de papelão ou até mesmo uma imagem que pode ser encontrada em qualquer lugar. Cada momento que passa lembramos a todos tanto aqui em Israel ou no exterior, que aqui você não se encontra, e que não deixamos de jamais perguntar, onde e se você ainda aí está?
Eles constantemente nos oferecem pedaços de esperança, dizendo-nos que fizeram progressos nas negociações, mas o que apenas vemos são os prisioneiros de Israel sendo libertados e em retorno à suas casas. Nós vemos o dinheiro e bens que continuam a fluir para as mãos daqueles que durante anos foram brutalmente lhe aprisionando. Vemos que as condições do Hamas, esta organização cínica, que prende você como uma arma secreta e de seus prisioneiros são melhoradas e apesar de todas as promessas ninguém consegue mudar e que em relação à sua condição, nada é mudado. E nossos corações se enchem de dor. Por quanto tempo mais ? Nos perguntamos. Enquanto os dias se passam a nossa preocupação com sua saúde, sua própria vida, aumenta. Declarações esfarrapadas e renovadas, irão provavelmente fazer o mesmo caminho de sempre, rumo ao gabinete do primeiro-ministro, com os habituais comentários e editoriais publicados nos jornais, através dos especialistas “do terror”, em nome do governo e de forma independente. Afirmações que vão nos dizer "estamos fazendo tudo em nosso poder" (cinco anos nos falando em “fazer tudo” que está em seu poder fazer) afirmações que continuarão a inspirar medo no público israelense, como se um acordo para sua liberação fosse trazer o terror de volta para Israel. Como se deixando-o esquecido, livre para seguir seu destino em Gaza, fosse impedir o país de centenas de futuros acidentes. Infelizmente, nem mesmo quando você por aí, onde não sabemos, os ataques terroristas mortais e as tentativas de realizar ataques terroristas continuam sem cessar. Seu sacrifício em nada muda a situação delicada e instável por que passa o nosso país. Fora isso, com o tempo que passa, somos cada vez mais testemunhas de que outras gerações, mais jovens que a sua, continuam a se alistar, tendo que cumprir seu serviço militar, e que cada vez mais fraco, vem se tornando o pacto firmado entre o Estado e seus soldados, o pacto que lhes garante o dever primário – de os trazer de volta para a sua casa, a cada soldado. Mesmo assim, nós não iremos nos desesperar! E desejamos que você também não! Porque juntos, seremos a única maneira de encontrar um modo que venha a trazer você de volta para a sua casa, para nós. Até breve , até amanhã! Com muito amor e saudade sem fim, mamãe e papai”.
Com o sol ardente a bater em nossas cabeças, na calçada junto à casa de primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, estamos tentando digerir o fato de que 1.890 dias se passaram e você ainda não está conosco. Estamos aqui nesta calçada por mais de um ano, tentando, com todo o nosso poder e utilizando todos os meios à nossa disposição para quebrar o muro de impermeabilidade que se ergueu entre nós e aqueles que ainda têm de ser convencidos depois de tantos dias, meses, anos e erros, que é hora de trazê-lo para casa. Que estamos aqui. Nós não desistimos, não nos rendemos, e não nos destroçarão! E não estamos sozinhos. Nosso querido Gilad, muitas , mas muitas pessoas que são estranhas a você, pessoas a que você nunca conheceu, pensam como nós, que é inconcebível falar de solidariedade social, da fortaleza nacional e de ter fé no Estado, e deixar-lhe abandonando a seu destino . Dia após dia, solitário e abandonado em masmorras do Hamas, há mais de meia década. Mais um dia de pesadelo. No verão passado dezenas de milhares marcharam para você, com a crença de que iria ficar definido finalmente o seu retorno. Este verão, dezenas de milhares marcharam nas ruas em protesto pedindo justiça social, o direito do público para viver e ganhar a vida com dignidade, e não só nós mas muitos estão conosco, adicionando ao que demandam para o seu direito de viver, também o seu tão básico direito humano de e à liberdade.
Nosso amado Gilad, sabemos que cada dia que passa é mais um dia de pesadelo, um dia de sofrimento impossível, dias e noites de solidão sufocante infinitas. Mas você deve acreditar que nós não esquecemos de você, nós não esquecemos o fato de que hoje (dia 28 de agosto), será o dia dos seus 25 anos, que este é o seu sexto aniversário em cativeiro, e que mais de um quinto de sua jovem vida foi gasto em um calabouço, um buraco cavado pelo Hamas. Sabemos que você não tem idéia de por que? Este pesadelo ainda não chegou a seu fim, e porque ainda devem os nossos esforços prosseguir para que venham a dar frutos. Esta foi a maneira que encontramos para sustentar as nossas vidas, que tornaram-se irreconhecíveis. Yoel seu irmão já graduou-se pelo Technion, e Hadas sua irmã mais nova está prestes a terminar o seu serviço militar. Era para estarmos felizes com isso, entretanto estamos com nossos corações sangrando diante da realidade de que você, está impedido de viver estes momentos de alegria. Com cada momento que passa, tentamos buscar uma resposta, conselhos sobre o que mais podemos fazer? O que resta para ser julgado? Como podemos convencer as pessoas que você não é apenas um cartaz, uma imagem de papelão ou até mesmo uma imagem que pode ser encontrada em qualquer lugar. Cada momento que passa lembramos a todos tanto aqui em Israel ou no exterior, que aqui você não se encontra, e que não deixamos de jamais perguntar, onde e se você ainda aí está?
Eles constantemente nos oferecem pedaços de esperança, dizendo-nos que fizeram progressos nas negociações, mas o que apenas vemos são os prisioneiros de Israel sendo libertados e em retorno à suas casas. Nós vemos o dinheiro e bens que continuam a fluir para as mãos daqueles que durante anos foram brutalmente lhe aprisionando. Vemos que as condições do Hamas, esta organização cínica, que prende você como uma arma secreta e de seus prisioneiros são melhoradas e apesar de todas as promessas ninguém consegue mudar e que em relação à sua condição, nada é mudado. E nossos corações se enchem de dor. Por quanto tempo mais ? Nos perguntamos. Enquanto os dias se passam a nossa preocupação com sua saúde, sua própria vida, aumenta. Declarações esfarrapadas e renovadas, irão provavelmente fazer o mesmo caminho de sempre, rumo ao gabinete do primeiro-ministro, com os habituais comentários e editoriais publicados nos jornais, através dos especialistas “do terror”, em nome do governo e de forma independente. Afirmações que vão nos dizer "estamos fazendo tudo em nosso poder" (cinco anos nos falando em “fazer tudo” que está em seu poder fazer) afirmações que continuarão a inspirar medo no público israelense, como se um acordo para sua liberação fosse trazer o terror de volta para Israel. Como se deixando-o esquecido, livre para seguir seu destino em Gaza, fosse impedir o país de centenas de futuros acidentes. Infelizmente, nem mesmo quando você por aí, onde não sabemos, os ataques terroristas mortais e as tentativas de realizar ataques terroristas continuam sem cessar. Seu sacrifício em nada muda a situação delicada e instável por que passa o nosso país. Fora isso, com o tempo que passa, somos cada vez mais testemunhas de que outras gerações, mais jovens que a sua, continuam a se alistar, tendo que cumprir seu serviço militar, e que cada vez mais fraco, vem se tornando o pacto firmado entre o Estado e seus soldados, o pacto que lhes garante o dever primário – de os trazer de volta para a sua casa, a cada soldado. Mesmo assim, nós não iremos nos desesperar! E desejamos que você também não! Porque juntos, seremos a única maneira de encontrar um modo que venha a trazer você de volta para a sua casa, para nós. Até breve , até amanhã! Com muito amor e saudade sem fim, mamãe e papai”.
"Fonte: Jornal ALEF, da comunidade judaica (www.jornalalef.com.br)."
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