sexta-feira, 11 de março de 2011

Carnaval e Escolas de torcidas... Guerra dos Estádios no Sambódromo?

Não é segredo pra ninguém: Sou Mocidade Alegre!


Não sou sambista de berço e faz poucos anos que frequento a quadra da Mocidade. Logo no início, perguntei a alguns sambistas de berço sobre as Escolas de Sambas ligadas a times de futebol, pois como palmeirense, achei legal. Infelizmente a explicação que me foi passada por esses mestres foi: “Uma mistura infeliz, seria ótimo para uma renovação e até um sangue novo no samba (inclusive vibrei quando me foi explicado quanto a sua constituição jurídica, incentivo financeiro por parte dos times, eleições livres e caixa aberto para os associados, etc.), porém, o lado negativo será a rivalidade dos campos sendo transferida para o Sambódromo”.

Fui diversas vezes ao Rio de Janeiro assistir aos desfiles e lá não importa se a sua escola era a primeira a passar, o povo fica até o final para saber o que as demais escolas fizeram (para elogiar ou criticar), mas a maioria só sai quando o desfile termina.

Eu senti isso, quando há alguns anos atrás a Mocidade fechou o carnaval paulistano e a Gaviões da Fiel tinha desfilado no mesmo dia; quando entramos na avenida o sambódromo estava praticamente vazio (o mesmo ocorreu esse ano quando a Império da Casa Verde desfilou, no Sambódromo somente pessoas de outras agremiações, além dos torcedores da Império, já que a maioria dos ingressos foram comprados pelos “sambistas de 90 minutos” da Gaviões). Você trabalha firme um ano inteiro, para quando chegar na avenida você mostrar a que veio, vibrar e receber essa energia de volta, mas sem a plateia é meio difícil. A sua escola com certeza estará lá, mas o espetáculo é para todos.

Agora temos três escolas ligadas a times de futebol no Grupo Especial: Mancha Verde, Gaviões da Fiel e Dragões da Real e os previstos problemas começaram: Mudança da ordem no Desfile das Campeãs, separação dos espaços do Sambódromo (ou seria Estádio?) para cada uma das “escolas”, aumento da força policial (com isso um gasto a mais com segurança); e hoje, ouvi na CBN que a partir do ano que vem, as escolas terão um número limitado de frequentadores para ir a Apuração do Sambódromo.

Já tivemos no passado problemas com intrigas entre algumas escolas de samba (que já foi sanado há muito tempo e não chegou aos pés do que há hoje...), será que teremos esse problema novamente com pessoas que não são do samba e confundem Sambódromo com Arena de Gladiadores; Desfile das Escolas de Samba com jogo de futebol (que dura somente 90 minutos e cada um pra sua casa depois das depredações, mortes, brigas, tumultos...)? Será que as famílias terão coragem de levar seus filhos, seus idosos, familiares portadores de necessidades especiais, a um lugar onde não sabe se poderá sair uma muvuca qualquer?

Imagino se daqui 2/3 anos nos perguntaremos: Será que retornarei vivo?

Infelizmente nos fazemos essa pergunta todas as manhãs quando saímos para trabalhar, mas, temos que trabalhar para sobreviver. Daqui a pouco vamos ver as pessoas deixando de frequentar a quase sagrada Passarela do Samba, onde também rendemos homenagens aos nossos baluartes, para evitarmos receber algo na cabeça, jogado por um suposto “sambista” sem educação. Se você não acredita, faça uma pesquisa a partir 2001 e verifique quem “causou” nesse período (seja em Concentração, dispersão, apuração, ameaças, etc...). Se bem que temos que aplaudir, esse ano não vimos nenhum “pitty” por parte da diretoria de uma dessas supostas agremiações... Mas, o que esperar dos torcedores (ou seriam sambistas) dessas escolas quando o destempero começa na diretoria.

Desejo, sinceramente, que haja respeito entre eles, porque senão, irá respingar em todos que querem fazer esse espetáculo cada ano maior.

Ah, antes de tudo, essa é a minha opinião e não a da minha escola, agora quem quiser que comente...

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